sábado, 21 de novembro de 2009

Mundo, transição e indivíduo

Dentro deste limitado espaço onde morremos pouco a pouco
Definhamos, aparentemente, sem sentir muita dor
Às vezes despercebidamente.

Os dias se apresentam como cada partícula que se esvai no vento
E com o passar das primaveras temos a sensação de um rejuvenescimento às avessas

A natureza é cruel e nada pode detê-la
Ainda que se criem milhares de artifícios
Não podemos mudar seu curso inevitável
O que nos resta é apenas viver e relutar

Envelhecemos

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

...






Hoje esqueci de mim
Ontem também
Na verdade  tenho me esquecido
durante os últimos 21 anos

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Poema despedido

Vá... voe
E não chore
Nem fique triste
Apenas sinta saudade
Dos dias alegres e breves

Vá... soe
Como um brado
De liberdade
Apagando todas as máculas d’antes
Com sua intrepidez sem igual

Vá, vou lembrar de ti.
De tudo.
De nós dois
Lembrar que senti
Milhares de ti
Em cada momento,

Em mim.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Epicrises

Deito
E descanso meu corpo cansado
Do dia-a-dia ácido
Que hoje esbarra meu peito

Durmo
Sonho em minhas noites insones
Na inércia de continuar andando
Que me faz sentir luto

Acordo
Reluto e n’um vulto déjà vu,
Outra epicrise.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pedaços

Vejo nessas letras
Algo que me faz crer que não são apenas letras
Talvez sejam recortes de tecido
Com os quais se costuram partes de mim
                  
                                                       
                          

segunda-feira, 2 de novembro de 2009





Poema esférico

Já faz tempo
Mas muito tempo
Que flerto com o tempo
Ele me embevece
Me alegra e me abate
Mas não me agride
Faz-me vislumbrar algo novo
Mas de “novo” ele não tem nada
Nem de antigo
Na verdade, não gosto de vê-lo assim
Cronologicamente:
Progressivo ou retrógado.
Pois, ele não passa
Somos nós que passamos
Mudamos e transcendemos

E agora, estou assim, atemporalmente sujeito.